sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Tumores mamários em animais



Por Juliana Pierre, M.V.
Dr Karel e EquipeVet

Tumores mamários são raros em machos, mas muito comuns em fêmeas de cães, compreendendo cerca de 50% dos diagnosticados nesta espécie. Em gatas, a incidência é um pouco menor, mas ainda contabiliza aproximadamente 1 terço dos tumores diagnosticados. Nas cadelas, aproximadamente metade dos tumores mamários são malignos, caracterizando câncer, enquanto em gatas, são mais de 90%.
A origem deste tipo de tumores ainda não está totalmente estabelecida, mas existem diversos estudos que correlacionam seu aparecimento com a ação de hormônios femininos sobre as glândulas mamárias. Os principais hormônios que podem estar envolvidos nesse mecanismo são o estrógeno e a progesterona, além de prolactina em menor escala.
Sabidamente, a progesterona exógena (anticoncepcional injetável), estimula a formação de hormônio do crescimento na glândula mamária, gerando neoplasia da mesma.
Não existe predisposição racial determinada, mas se sabe que as raças Beagle e Boxer são menos predispostas para tumores de mama. Sabe-se também que a probabilidade de aparecimento dos tumores aumenta com a idade do animal, sendo mais comum em fêmeas de 10 a 11 anos.
A maioria das neoplasias mamárias em animais pode ser prevenida por meio da ovariohisterectomia, popularmente conhecida como castração; se o procedimento for realizado antes do primeiro período estral da fêmea (cio), a chance de aparecimento de tumores nas mamas diminui para 0,05%, enquanto que feito entre o primeiro e o segundo cio, passa a ser de 8%.
Os tumores podem surgir nos mamilos ou tecido glandular (Figura 1), sendo que em sua maioria se apresentam como diversos nódulos por várias mamas, e não restritos a apenas uma. 
Figura 1 - Tumor em tecido mamário - entre mama abdominal caudal e inguinal (Fonte: Arquivo Pessoal)

A avaliação do animal como um todo é essencial, verificando como está tanto ao exame físico, quanto ao que diz respeito a exames laboratoriais.
A classificação tumoral maligna mais comum tanto em cadelas quanto em gatas é o carcinoma, mas podem também ocorrer sarcomas e carcinosarcomas, além de carcinoma inflamatório – quando há disseminação neoplásica pelo tecido linfático periférico às mamas, um processo geralmente extremamente inflamatório e doloroso.
Como o câncer de mama pode produzir metástases em outros órgãos (se espalha) como pulmões, fígado, linfonodos, rins e tecido ósseo, é necessário fazer um minucioso exame da fêmea que chega ao consultório apresentando nodulação nas mamas. Este exame inclui, portanto, ultrassonografia abdominal e radiografia torácica, a fim de pesquisar a existência ou não de metástases nos órgãos os quais são visualizados por esses exames.
O tratamento inicial, quando não há comprometimento metastático de órgãos internos, compreende a retirada de todo o tecido mamário acometido ou não pelos tumores, com grande margem de segurança. Tal procedimento pode ser dividido em vários tempos cirúrgicos, conforme a necessidade, mas o mais comum é ser dividido em duas cirurgias, uma para cada linha de cadeia mamária – esquerda e direita. Desta forma, a mastectomia parcial é relativa a retirada apenas da(s) glândula(s) mamária(s) acometida(s), por exemplo em casos de tumores muito grandes; a mastectomia unilateral compreende a retirada de uma linha mamária, direita ou esquerda; e a mastectomia radical, a retirada de todas as mamas em uma única cirurgia. 

Figura 2 - Pós operatório imediato de mastectomia parcial. Foi optado pela retirada apenas de duas glândulas mamárias pelo fato do tumor ser muito grande e o animal já possuir idade avançada (Fonte: Arquivo pessoal)

Feito isso, a quimioterapia pode ser instituída para alcançar a cura ou ainda para diminuir a taxa de crescimento ou aparecimento de novos tumores ou metástases. 

Figura 3 - Animal apresentado em pós operatório imediato de mastectomia parcial na figura 2 (Fonte: Arquivo Pessoal)
 
Neste mês de outubro aproveite para verificar a saúde das mamas das companheiras caninas e felinas também. Outubro Rosa também é para os Pets.
Procure nossa clínica, informe-se! A prevenção é sempre a melhor opção!



Fontes:

HEDLUND, Cheryl S.. Surgery of the reproductive and genital systems. In: FOSSUM, Thereza Whelch. Small Animal Surgery. 3. ed. St. Louis: Elsevier, 2007. Cap. 26. p. 702-774.

FELICIANO, Marcus Antonio Rossi et al. Neoplasia mamária em cadelas: Revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, n. 18, jan. 2012.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Esporotricose - zoonose emergente no Brasil



A esporotricose se trata de uma micose cutânea ou subcutânea, ou seja, que acomete a pele e também vasos linfáticos próximos ao local infectado.
É causada por fungos do complexo Sporothrix, espécies schenckii e brasiliensis, sendo esta ultima considerada a mais comum no Brasil,  que pode atingir seres humanos e animais, principalmente os gatos, mas podendo também acometer cães e ratos.
Os fungos deste complexo são encontrados em componentes do meio ambiente, principalmente no solo e vegetações com espinhos, além de matéria orgânica em decomposição, em especial nas regiões de clima quente e úmido. Desta forma, a doença tem sido relacionada a arranhaduras de gatos infectados, devido aos hábitos felinos de se esfregar no solo, enterrar suas excretas e afiar as unhas.
Em humanos, costumava ser considerada esporádica e ocupacional, que acometia principalmente profissionais de agricultura, floricultura, médicos veterinários, tratadores e responsáveis por animais.
Em nosso país, desde 1998, a cidade do Rio de Janeiro vive situação de epidemia de esporotricose em gatos e seres humanos, além disso a região metropolitana de São Paulo também tem demonstrado aumento do numero de casos diagnosticados (VÍDEO ABAIXO: PARTE 1)


 Tg Cat's Alerta: Esporotricose Parte 1

 
Devido o fato de não ser uma doença de notificação compulsória, persiste negligenciada e subdiagnosticada, configurando um grave problema de saúde pública.
A infecção nos animais ocorre quando da penetração do fungo na pele, geralmente decorrente de brigas, que ocasionam arranhaduras na face, local de maior incidência das lesões nos felinos. Já em humanos, a infeção se dá frequentemente por meio da inoculação traumática de material contaminado pelos fungos em feridas ou cortes na pele, assim como através do contato direto com feridas de animais doentes.
Nos felinos, inicialmente os sintomas aparecem na cabeça, membros ou base da cauda, atingindo com menos frequência a região dos olhos e boca. As feridas são semelhantes as decorrentes de brigas, sendo circulares elevadas, com alopecia (falta de pelos), evoluindo para ulceração e necrose, podendo possuir crostas e exsudato purulento e/ou hemorrágico. Em geral, demoram a cicatrizar ou não cicatrizam, apresentam baixa resposta ao uso de medicamentos antibióticos e evoluem rapidamente para piora, se disseminando pelo corpo. Em alguns casos, os linfonodos atingidos pela infecção se apresentam como nódulos enfileirados, por vezes exsudativos, dotando um aspecto de “rosário”, que é um sinal chamado “rosário esporotricótico”. Nos animais mais debilitados, pode atingir cadeias lilnfáticas, pulmões, fígado, baço, rins, entre outros órgãos, podendo evoluir para a morte.
Em humanos, os sintomas em geral são mais brandos, com maior frequência surgem feridas nos braços e no rosto, sendo raro o envolvimento de órgãos internos, com exceção dos linfonodos. Diabetes, uso prolongados de medicamentos corticosteroides e imunodeficiências predispõem a apresentação extracutânea e disseminada da doença.
O diagnóstico tanto em humanos quanto em animais é realizado através da combinação dos sintomas caraterísticos da doença, histórico e exames de laboratório, que inclui a citologia aspirativa e cultura fúngica das secreções. Atualmente, a biópsia de pele e o emprego de testes sorológicos e moleculares facilitam o diagnóstico em humanos.
Uma vez diagnosticada a doença, todas as pessoas em contato com o animal ou o humano infectado devem ser orientadas e/ou tratadas adequadamente (VÍDEO ABAIXO: PARTE 2).



 Tg Cat's Alerta: Esporotricose Parte 2



O tratamento de escolha consiste no uso prolongado do antifúngico Itraconazol por via oral, não podendo ser suspenso em hipótese alguma antes do período determinado pelo médico ou médico veterinário. Em geral, o tratamento corre ao longo de 6 meses a um ano, e justamente por isso permanece negligenciado, devido ao custo. Enquanto não estiver livre do fungo, o felino portador permanece como potencial transmissor, ainda que não apresente sintomas.
É importante salientar que animais doentes NÃO DEVEM ser abandonados pelo fato de existir tratamento para a doença e também para minimizar a transmissão. Além disso, em caso de óbito do animal doente, o mesmo deve passar por processo de cremação evitando disseminação para o solo através de enterro.
Não existem ainda vacinas preventivas para esta infecção, sendo que a castração de felinos saudáveis evita as fugas e brigas, diminuindo a incidência da doença.  Desta forma, a posse responsável permanece como principal forma de prevenção (VÍDEO ABAIXO: PARTE 3). 



 Tg Cat's Alerta: Esporotricose Parte 3


Fontes:

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ACARÍASE CUTÂNEA EM PEQUENOS ANIMAIS


Por Karel Simmelink, M.V.
Dr Karel e EquipeVet

Um grupo de moléstias da pele provocadas por parasitas pertencentes ao gênero Sarcoptes Demodex. São as sarnas.

Sarcoptes scabiei var.canis – (Popularmente conhecida como Sarna Vermelha) Processo muito pruriginoso de efeito contínuo, afeta outros animais quando em contato, como também o homem. Forma crostas, deixando a pele hiperêmica, espessada, enrugada e ressecada. Lesões quase sempre se formam ao redor dos olhos, das orelhas e do focinho, para daí espalhar pelo pescoço, abdômen e extremidades. Estes parasitas habitam nos túneis deixados pela abrasão da coceira, onde se reproduzem. Ao microscópio (figura1) observa-se um corpo arredondado, com quatro pares de patas (as larvas apresentam três pares de patas).
  

Figura 1: Sarcoptes scabiei var. canis, sob microscopia óptica.
Fonte: Arquivo pessoal, M.V. Juliana Pierre


Demodex canis – (Popularmente conhecida como Sarna Negra) Apresenta lesões de variados aspectos: desde pequenas áreas de alopecia ao redor dos olhos, até áreas extensas hemorrágicas ou com piodermite. O processo pode ser dividido em duas apresentações, a saber:  1) escamoso, onde há somente uma ligeira mudança inflamatória com ausência de pelos na área afetada e um sutil espessamento da pele simulando uma fina descamação.A pele pode apresentar-se eritematosa ou hiperpigmentada; 2) pustular, onde a pele se apresenta muito eritematosa, com exsudato hemorrágico ou não, podendo acompanhar material de conteúdo purulento devido à contaminação bacteriana, sobretudo pelo Staphilococcus spA pele pode estar espessada e, frequentemente, com aspecto de escoriada e, desta forma, estar se disseminando por todo o corpo do animal. Em casos severos de baixa resistência, podemos observar parasitas albergando nos linfonodos e outros tecidos.
O parasita tem apresentação vermiforme (figura 1), e o abdômen alongado apresenta estriações transversais. Adultos e ninfas têm 8 patas divididos nos cinco segmentos do abdômen. As larvas têm 6 patas. Seu habitat resume-se na pele e alojam-se em glândulas sebáceas ou em folículos pilosos onde encontramos desde os ovos até as larvas, ninfas e os adultos.

Figura 2: Demodex canis, sob microscopia óptica.
Fonte: Arquivo pessoal, M.V. Juliana Pierre


Diagnóstico: Pela anamnese, e confirmado pelo raspado profundo na pele das regiões afetadas, imersas em óleo ou solução de hidróxido de potássio entre 6 a 10%, se as crostas dificultarem a visualização.

Tratamentos sugeridos: (únicos ou associados)
·         Aplicação injetável de ivermectina (ou usar formulação oral);
·         Uso oral de moxidectina;
·         Isoxazolinas por via oral: como fluralaner, afoxolaner ou sarolaner;
·         Banhos com amitraz.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Parvovirose: Desafios da Imunização de Filhotes

A Parvovirose é uma das causas mais comuns de diarreias infecciosas em cães. O Parvovírus Canino (CPV) possui características que lhe conferem grande resistência ambiental ao passo que permitem uma alta taxa de infectividade1. Isso permite explicar os índices de prevalência que alcançam 100% de morbidade e 91% de mortalidade em filhotes ao redor do mundo2.
O CPV é visto como uma grande ameaça especialmente para os filhotes tanto pela gravidade da doença como pelo fator de exposição1. Enquanto que a dose necessária para infectar um animal não vacinado é, em média, de 1000 partículas virais, um cão doente pode eliminar até 1,25milhão de unidades virais por grama de fezes durante um período de até 2 semanas após a exposição2. Desta forma, a vacinação assume o papel de um dos principais e mais eficazes meios de prevenção e controle da parvovirose ao quebrar o elo entre animais susceptíveis e infectados.

Fonte: http://trupeanimal.com/tag/vacina/

Paradoxalmente, o maior obstáculo para o sucesso da imunização reside no mesmo mecanismo que protege os filhotes nas primeiras semanas de vida: os anticorpos maternos3. Diversos fatores também podem comprometer a resposta à vacinação, como variação genética1,2,3 e o uso de bacterinas de leptospira nas primeiras doses de primovacinação, dentre outros4.

Anticorpos maternos

Os anticorpos maternos compõem a imunidade passiva transmitida pela mãe aos filhotes. A princípio, o tipo de placentação dos cães impede que grandes quantidades sejam passadas ainda na vida in útero, resultando em 2 a 18% dos títulos totais alcançados na vida pós natal5. Assim, a grande fonte de imunidade passiva repousa no fornecimento do colostro nas primeiras 24 horas de vida.
Os títulos de anticorpos maternos diminuem gradativamente durante as semanas subsequentes e, com eles, a proteção contra diversas doenças. A presença desses anticorpos inibe também a síntese de IgG (imunoglobulina – célula de defesa). A janela de vulnerabilidade compreende este período em que os títulos se encontram abaixo de um limiar considerado protetor, mas permanecem acima daquele onde ainda há interferência na resposta imune. Isto é, o animal, apesar de susceptível à doença, é incapaz de montar uma resposta eficaz5.
A maior parte dos indivíduos possuem títulos abaixo do limiar de interferência às 12 semanas de vida. Contudo, até 10% dos animais podem não responder, mesmo após receberem de 2 a 3 doses nos 3 primeiros meses, idade na qual usualmente se finaliza a primovacinação2.
Este percentual pode ser ainda maior em áreas endêmicas ou com ampla cobertura vacinal, cuja a população, em especial as fêmeas, apresenta altos títulos de anticorpos que, por sua vez, são passados aos filhotes aumentando a janela de vulnerabilidade.
Por esta razão, os guias de vacinação mais recentes3,6,7 passaram a recomendar que a ultima dose do protocolo de primovacinação seja administrada entre a 14ª e 16ª semana de idade do filhote. Desta forma, garante-se que 98% dos animais vacinados possuam títulos abaixo do limiar de interferência, portanto, aptos a responder3.

Fonte: http://www.portalfilhotes.com.br/reproducao-cio-ciclo-sexual-da-cadela/


Influência genética

Um animal vacinado não pode ser considerado imunizado. Apesar de as vacinas modernas apresentarem altos níveis de eficácia, nem todos os pacientes são capazes de montar uma resposta satisfatória e protetora por fatores genéticos3. Esses indivíduos são denominados são respondedores.
A pressão de seleção exercida pelo homem na espécie canina ao longo do tempo também interfere na frequência de não respondedores. A grande diversidade fenotípica observada também é refletida na função imune à medica que se observa ampla variação do perfil de resposta quando se comparam diversas raças7.
Se por um lado a proporção de não respondedores para o CPV numa população homogênea é estimada em 0,1%, por outro, algumas raças podem ter entre 1 e 5% do total de cães incapazes de responder à vacinação5.
No caso destes animais, a proteção não é conferida pela vacinação individual, mas por uma alta cobertura vacinal. Neste cenário, os cães imunes atuam como uma barreira epidemiológica entre indivíduos infectados e susceptíveis.

Interferência de Antígenos

Outro ponto importante e que pode causar uma falha vacinal é a interação entre antígenos. O uso de bacterinas de Leptospira nas primeiras doses da primovacinação pode resultar em diminuição da resposta imune às frações virais, dentre elas, o CPV4. Por isso, recomenda-se que sua administração seja realizada nas duas ultimas doses do protocolo inicial dos filhotes.
Conclusão
A imunização de filhotes contra a parvovirose canina permanece um assunto de grande importância no universo veterinário. No entanto, o sucesso da vacinação repousa em superar os diversos obstáculos envolvidos.

Referências:
GREENE, C. E.; DECARO, N. Canine Viral Enteritis. In: GREENE, C. E. 9ed) Infectius Diseases of the dog and cat. 4 ed. St Louis: Saunders Elsevier, 2014. P 67-80.
NANDI S.; KUMAR, M. Canine Parvovirus: Current perpective. Indian Journal of Virology, v. 21, n 1, p 31-44, 2010.
WELBORN, L. V.; DEVRIES, J. G.;  FORD, R. et. al. 2011 AAHA Canine vaccination guidelines. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 47, n. 5, p. 1-45, 2011.
GREENE, C. E.; SCHULTZ, R . D. Immunoprofilaxis. In: GREENE, C. E. (ed) Infectious Diseases of the dog and the cat. 3 ed. St. Louis: Saunders Elsevier, 2006. p. 1067-1119.
GREENDE, C.E.; SCHULTZ, R.D. Immunoprofilaxis. In: GREENE, C.C. (ed) Infectious Diseases of the dog and the cat. 4 ed. St. Louis: Saunders Elsevier, 2014. P. 1063-1205.
DAY, M.J.; HORZINEK, M.C.; SCHULTZ, R.D. Guidelines for the vaccination of dogs and cats – compiled by the vaccination guidelines group (VGG) of the world small animal association (WSAVA). Journal of Small Animal Practice, v. 51, June, p.1-32, 2010.
DAY, M.J. Immune system development in the dog and cat. Journal of Comparative Pathology, v. 137, p. S10-S15, 2007.

Fonte: Merial WebVet